O debate sobre a construção de um imaginário antirracista no audiovisual brasileiro tem sido levantado nos últimos anos tanto pelo campo da produção quanto da pesquisa sobre imagens. Eventos como festivais de cinema negro e iniciativas de formação que visam rasurar representações controladas e cristalizadas dos corpos negros nas diversas mídias têm trazido para o centro da discussão uma questão fundamental: que tipos de visibilidades foram historicamente construídas para os corpos negros, que nem sempre puderam se narrar ou mesmo dispor de arquivos de qualquer ordem de suas vidas, inclusive visuais? Como imaginar estéticas que humanizem personagens negras? Como descolonizar nossas narrativas e nossos olhares?
CONVIDADAS
Rosane Borges é jornalista, pesquisadora colaboradora do Colabor (Centro Multidisciplinar de Pesquisas em Criações Colaborativas e Linguagens Digitais), da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). É doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela USP, ex-coordenadora nacional do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação Palmares, órgão do Ministério da Cultura. Coordenou projeto de Educação em Comunicação e Direitos Humanos do Ceaslas (Centro de Ensino e Assistência Social La Salle); foi assessora de projetos da Congregação Scalabrinias, trabalhou na área de Comunicação e Tecnologia do Instituto Geledés, coordenou o programa de Comunicação do Instituto kuanza. A partir da Comunicação, vincula-se ao campo das pesquisas sobre raça, gênero e problemas brasileiros. É articulista da Revista Carta Capital Digital e do blog da Editora Boitempo, escreve regularmente no portal de notícias Jornalistas Livres. Integra o CORE (Conselho Internacional Reinventando a Educação), cujo patrono é o pensador Edgard Morin, e o selo editorial Aquilombô (MG). Integrou o comitê editorial de selos da editora Imprensa Oficial e da revista Caligrama (USP). Fez parte também do Conselho Nacional de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (CNPIR) da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (2012-2014). Possui diversos livros publicados, entre eles: Esboços de um tempo presente (2016), Mídia e Racismo (2012); Jornal: da forma ao discurso (2002), Rádio: a arte de falar e ouvir (2003), Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro (2004).
Mariani Ferreira é roteirista, produtora e realizadora de audiovisual de Porto Alegre. Dirigiu o curta-metragem Leo (2014), selecionado para o Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de la Habana, o Festival Internacional de Cinema de Guadalajara e a Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo. Foi produtora executiva do documentário O Caso do Homem Errado, dirigido por Camila de Moraes, pré-selecionado pelo Brasil em 2018 para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Atuou no FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre como curadora do concurso de longas e é uma das curadoras e produtoras da Mostra Ela na Tela, que exibe filmes dirigidos e protagonizados por mulheres. Integra o MacumbaLab, coletivo de profissionais negros e negras do Rio Grande do Sul.
CURADORIA E PRODUÇÃO
Gabriela Almeida é professora titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (PPGCOM). Integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), na gestão 2019-2021, e coordena do Grupo de Pesquisa Estéticas, Políticas do corpo e Gêneros na Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Integra também a Latin American Studies Association (LASA) e rede de pesquisadores e artistas Radical Film Network (RFN). É doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com estágio na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). É autora do livro O ensaio fílmico ou o cinema à deriva (Ed. Alameda, 2018) e co-organizadora da coletânea Comunicação, estética e política: epistemologias, problemas e pesquisas (Ed. Appris, 2020).