Cristal Líquido (Gabriel Menotti e Miro Soares)

Livre para todos os públicos

Cristal Líquido (Gabriel Menotti e Miro Soares)

Rocha Matriz
2020, 25min, ES
Livre para todos os públicos

Cristal Líquido (Gabriel Menotti e Miro Soares)

Rocha Matriz
2020, 25min, ES
Livre para todos os públicos
Rocha Matriz
Rocha Matriz
Rocha Matriz é um curta documentário que examina a cadeia produtiva de rochas ornamentais a partir de uma consciência alienígena, que reimagina a matéria como informação. No percurso entre feiras, portos e pedreiras no Sudeste do Brasil, o filme traça conexões entre formas de trabalho cotidiano, o mercado global, tendências em design de interiores e o tempo profundo da Terra. Através de suas muitas vidas, a rocha oscila entre objeto sensível e substância simbólica – indústria e linguagem.

* Legendas PT/BR e EN

Empresa Produtora: Global Village
Direção: Cristal Liquido (Miro Soares e Gabriel Menotti)
Produção: Gabriel Menotti e Miro Soares
Produção Executiva: Global Village e Cristal Liquido
Direção de Fotografia: Miro Soares e Gabriel Menotti
Som: Hugo Reis
Montagem: Iuri Galindo
Roteiro: Gabriel Menotti e Miro Soares
Trilha Sonora Original: Gavin Singleton
Narração: Wei-Chieh Huang

Festival Cine Ema – 2º Lugar
Festival de Cinema de Vitória – Melhor Filme Ambiental
15ª Mostra Produção Independente - ABD Capixaba
DOBRA - Festival Internacional de Cinema Experimental
Festival de Cinema de Alter do Chão
Filmfest Bremen (Alemanha)
IMPAKT Channel (Holanda)
Interface Video Art Festival (Croácia)
Laceno d'oro Film Festival (Itália)
Meihodo International Youth Visual Media Festival (Japão)

BIOGRAFIA DE ARTISTA

BIOGRAFIA DE ARTISTA

Créditos: Miro Soares

Gabriel Menotti é pesquisador e curador independente, atuando em diversas formas de cinema. Atualmente trabalha como professor assistente em curadoria e imagem em movimento na Queen's University, em Ontário. É autor e organizador de diversas publicações sobre imagem e tecnologia lançadas no Brasil e no exterior. Seu livro mais recente é “Practices of Projection: Histories and Technologies” (Oxford University Press, 2020), co-editado com Virginia Crisp. Coordena a rede de pesquisa e festival Besides the Screen.

 
 
FILMOGRAFIA - GABRIEL MENOTTI

Profissão de Fé - (2003, 50min)
A Fluo Dança! - (2004, 3min)
faca só lamina - (2008, 1min)
Primeira Paróquia do Cristo Sintético - (2010, 11min)

 

Créditos: Miro Soares, o próprio

Miro Soares é doutor em Artes e Ciências da Arte pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne e trabalha como professor adjunto do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Seus trabalhos têm sido exibidos em exposições, festivais de cinema e festivais de arte e tecnologia em mais de vinte países.

 

 

 
FILMOGRAFIA - MIRO SOARES

Antes dos Vermes o Clero Inteiro - (2006, 8min)
About the Leaves on the Ground - (2007, 4min)
Map of Flowers - (2007, min)
Trepadeiras - (2007, 10min)
Caminhante - (2009, 3min)
Cartographies on the Seas - (2009, 10min)
Imprecise Itineraries 1: First Impressions of a City - (2009, 41min)
Liminal Fields - (2009, 3min)
Long Distances in Small Places - (2009, 62min)
One of These Days - (2009, 1441min)
Passing By [Train from Budapest to Nagykanizsa] - (2009, 2min)
Red Lines - (2010, 5min)
Imprecise Itineraries 2: The Way to the Sea - (2011, 25min)
Imprecise Itineraries 3: Heimat is Now - (2011, 17min)
Geopolitics on the Streets [Pristina] - (2013, 3min)
Geopolitics on the Streets [Sarajevo] - (2013, 3min)
Padomju Latvija / Letônia Soviética - (2016, 8 min)
Sea Studies [Baltics] - (2010-2016, 12 min)
Tributaries [Amazon River] - (2018, 3 min)

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A fotografia moderna buscou dar relevância social à produção de imagens. No seu contexto, na década de 1930, isso implicava uma preocupação com o trabalho e as ideologias do ser humano. Cartier-Bresson chegaria a reagir indignado ao trabalho de fotógrafos como Ansel Adams e Edward Weston, que segundo ele estariam “fotografando rochas” enquanto o mundo seguia devastado pelas guerras mundiais. Hoje em dia, percebemos claramente como a exploração natural configura uma outra face do mesmo sistema colonizador aliado à indústria bélico-armamentista. As imagens da natureza, mais do que nunca, são objetos de profunda relevância social. Não obstante, não existe nenhuma iconografia do mármore no contexto cultural do Espírito Santo, apesar da importância desse material para a economia local. Fora documentários e vídeo institucionais produzidos por empresas, a maior parte dos quais visando promover o comércio do mineral, literalmente vendendo nosso solo a prestações, vemos poucos produtos culturais locais dedicados à exploração criativa e imagética desse material.

Rocha Matriz se inspira em cineastas, artistas e fotógrafos que exploram alguns dos grandes temas do século XXI, como a globalização, a migração e a exploração. No campo do cinema, podemos apontar alguns diretores que articulam de maneira crítica e esteticamente sofisticada diferentes objetos dentro desse contexto sócio-político (Sekula & Burch, Benning, Paravel & Castaing-Taylor). O filme também retoma elementos estéticos da Escola de Fotografia de Düsseldorf, cujos trabalhos a partir dos anos 1970 transformaram os rumos da fotografia artística, fazendo colidir a impressão de objetividade documental e a expressividade criativa. A construção de uma iconografia do extrativismo a partir dessas referências é fundamental para promover sensibilidades antropocênicas, capazes de fazer sentir a cadeia produtiva do mármore para além dos aspectos econômicos, de modo a informar ação política e transformação sócio-ambiental.

 

TRAILER
INSTAGRAM
Seis perguntas para Gabriel Menotti e Miro Soares

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MATERIAL COMPLEMENTAR

Comentário Malin Barth sobre Imprecise Itineraries #1 - First impressions of a city 

Miro Soares work Imprecise Itineraries #1 - First impressions of a city is exhibited back to back with Farhad Kalantary´s work in the exhibition Trails of Water Behind a Passing Boat. They represent two different sides of our globalized world. Miro Soares, who has been on at an Artist in Residency program in Bergen for the past two months, benefit from the expanded mobility, and can be viewed as a ‘global citizen,’ while Farhad Kalantary who fled from Iran in the 1980´s can be viewed as a ‘global alien.’ He belonged to those forced into exile by war, poverty, or political and social upheaval. The ‘global alien’ will often be occupied with a sense of belonging, both from the country of origin and from the receiving country, while the global citizen’s presence is welcomed and his mobility is desirable.

 

Dérives n°2 : Autour de Akram Zaatari et Tariq Teguia. Revue et DVD 

Cahiers du Cinéma, n° 658, juillet-août, année 2010, p. 44, texte de Nicole Brenez

Résumé de l’histoire du cinéma en deux films d’une minute : 1896 à Lyon, Louis Lumière réalise un gros plan, Bocal aux poissons rouges, concentré d’harmonie cinétique, calme triomphe de l’argentique ; 2006 au Brésil, Miro Soares filme les soubresauts d’un poisson agonisant jeté à terre dans une rue crépusculaire.

On trouve ce plan, intitulé Vitória-ES, dans le riche numéro 2 de la revue lyonnaise Dérives autour de Akram Zaatari et Tariq Teguia. Une éthique du désastre rapproche les deux cinéastes-plasticiens grandis dans deux pays en proie aux guerres civiles et militaires, le Liban et l’Algérie : structurés par la conscience que les images participent d’une occupation économique et politique du monde, ils élaborent des œuvres délicatement critiques (les essais vidéo théoriques et aimants d’Akram Zaatari) ou créant leur propre temporalité (les fictions de Tariq Teguia en forme d’insurrections plastiques).

Deux DVD attestent les réflexes premiers des deux artistes, filmant d’abord leurs proches, leurs lieux, le peuple : Tariq Tequia enregistre frontalement la fureur des jeunes gens privés de devenir (La Clôture, 2004) ; Akram Zaatari observe les articulations complexes entre vie quotidienne et images industrielles, qu’elles proviennent du cinéma, de la télévision ou des jeux vidéo (Lumière et série Image+son, 1995-96).

Entretiens de fond, excellente mise en perspective par François Cheval retraçant l’histoire de la photographie en Orient, analyses, photographies, présences mitoyennes des œuvres de Véronique Goël, Frédérique Devaux, Martine Rousset, beaux films de Dominique Dubosc, Philippe Cote, Soufiane Adel, Peter Snowdon, Edouard Beau, Eric Pellet et bien d’autres, alimentent ce numéro vibrant.

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TRABALHO DE MIRO SOARES

"IMPRECISE ITINERARIES #1 - First mpressions of a city"

"LONG DISTANCES IN SMALL PLACES #1"

 

 

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

The Column (2013) de Adrian Pacci

 

La Region Centrale, de Michael Snow

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Railroad/RR (2007) de James Benning 

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Entrevista com James Benning por Mark Peranson - Cinema Scope

OUTROS LINKS E REFERÊNCIAS – ROCHA MATRIZ

 

Modelo 3D de pedreira realizado a partir de material filmado

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DEBATE - 3ª Mostra Nacional de Cinema Ambiental no Festival de Vitória

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Conversa com Gabriel Menotti na série 1curador, 1hora (2021)

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Registro Audiovisual Festival Besides the Screen 2019, curado por Gabriel Menotti

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Matéria sobre exposição 'Imagem-Passagem', com participação de Miro Soares (2016)

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Entrevista com Miro Soares para a TV da Latvia (2011)

 

Abaixo obras que exploram a visualidade dos diversos entre-espaços do mercado mundial de commodities, expandindo nossa compreensão dos diversos processos envolvidos na transformação da paisagem/natureza em objeto/matéria-prima como uma dupla reorganização geográfica. Na mesma medida em que dão vazão à produção industrial, esses processos organizam o modo como os seres humanos se distribuem pelo globo.

 

CLAUDIUS SCHULZE: STATE OF NATURE

A photobook about climate change, natural catastrophes, and to what extent disaster management became part of our landscape.

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HENRIK SPOHLER: IN BETWEEN

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THE FORGOTTEN SPACE: A FILM BY ALLAN SEKULA AND NOËL BURCH

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Abaixo filmes que empregam outras formas de captura óptica para produzir estranhamento e dissociação entre a audiência e o tipo de mundo que dão a ver. Essa estratégia pode ser uma forma de levar a câmera-olho às suas últimas consequências e desvelar o parentesco do cinema com os processos industriais que a imagem nos apresenta. Não existe paisagem imaculada.

 

LEVIATHAN: A FILM BY VERENA PARAVEL AND LUCIEN CASTAING TAYLOR

 

Abaixo obras que, de diferentes maneiras, nos aproximam das particularidades da rocha como material (volume / superfície) e de suas possíveis relações com o corpo humano (ativo / passivo). Nos servem como um horizonte para realinhar a pesquisa do filme a parâmetros antropocêntricos dos quais não podemos escapar.

 

IL CAPO: A FILM BY YURI ANCARANI

 

EXPOSIÇÃO CAMIRI, DO ARTISTA NELSON FELIX

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The Column Trailer by Adrian Paci (a Kube Studios Production)

 

OBRA CONVIDADA

OBRA CONVIDADA

Sublunary
De Mariangela Ciccarello & Philip Cartelli (2019, 21min, Estrangeiro - Itália, Malta e EUA)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA - Não recomendado para menores de 10 anos.

Sinopse: Uma jovem mulher investiga as especificidades geológicas de uma ilha, descobrindo camadas subterrâneas em que a história e a memória encontram narrativas de deslocamento que mal acabaram de submergir.
JUSTIFICATIVA

De maneira semelhante a Rocha Matriz, Sublunary escava o imaginário geológico que cerca uma ilha e serve de pano de fundo para a vida cotidiana.