+ Mostra Outros Esquemas

A Mostra Outros Esquemas ocorre pela segunda vez no Cine Esquema Novo - Arte Audiovisual Brasileira, neste ano de forma não-competitiva. São obras que fazem brilhar nossos olhos, que nos provocam e nos emocionam. São 12 filmes selecionados e pelos quais tivemos muito carinho durante o processo seletivo, mas que, principalmente por suas características narrativas, diferem do que buscamos na mostra competitiva. E todas essas sensações e reflexões causadas por esses filmes na comissão curadora queremos dividir com o público.

 

CONFIRA OS FILMES SELECIONADOS:
Dois Homens ao Mar, de Gabriel Motta, 2020, 17min, RS (LIVRE)
 
Espero Que Esta Te Encontre e Que Estejas Bem, de Natara Ney, 2021, 83min, MS, PE e RJ (LIVRE)
 
Eu, um outro, de Silvia Godinho, 2019, 85min, MG (12 anos)
 
GLAUBER, CLARO, de César Meneghetti, 2020, 80min, BR (SP) e IT (LIVRE)
 
Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar, 2019, 26min, RJ (12 anos)
 
King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante, 2020, 90min, PE (18 anos)
 
Mulher Oceano, de Djin Sganzerla e Vana Medeiros, 2020, 100min, BR(SP) e JP (14 anos) 
 
Nuhu Yãg Mu Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero, 2021, 70min, MG (12 anos)
 
O que Pode um Corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, 2020, 15min, RS (LIVRE)
 
Pega-se Facção, de Thais Braga, 2020, 13min, PE (LIVRE)
 
Seremos ouvidas, de Larissa Nepomucen, 2020, 13min, PR (12 ANOS)
 
Zabé do Cariri, de Beth Formaggini, 2020, 27min, RJ (LIVRE)

 

Dois Homens Ao Mar constrói a relação com o outro desconhecido; Espero Que Esta te Encontre e Que Estejas Bem, faz uma verdadeira investigação em busca do amor verdadeiro; Essa Terra é Nossa! relembra o básico que todos deveríamos saber sobre a relação dos povos originários com o que nós batizamos de Brasil; Eu, Um Outro cria uma potente ficção a partir do cotidiano de homens trans; Glauber, Claro revive os anos de irreverência e as amizades conquistadas por Glauber Rocha na Itália; Homens Invisíveis apresenta para nós um tema inédito sobre a situação de homens trans em presídios; King Kong En Asunción, apresenta uma jornada interior de aceitação da morte; Mulher Oceano leva para o Japão outra jornada interior em busca de sentido para a vida; O Que Pode Um Corpo? é um filme sobre vitórias e sobre a não existência do impossível; Pega-se Facção apresenta olhares intimistas sobre as condições de trabalho de mulheres no interior do Brasil; Seremos Ouvidas traz outro tema inédito e contundente: a forma de denúncia de violência doméstica por mulheres surdas; e por fim, Zabé do Cariri faz um passeio musical e de profundo respeito a uma tradicional tocadora de Pífano (Pife).

Por sua relevância cinematográfica, política, social, narrativa e também pelo momento atual do cinema brasileiro, essas obras precisam ser exibidas, assistidas e refletidas.

A Mostra Outros Esquemas tem curadoria de Jaqueline Beltrame, Gustavo Spolidoro, Vinícius Lopes e Dirnei Prates.

Dois Homens ao Mar, de Gabriel Motta, 2020, 17min, RS (LIVRE)

Ao deixar o Brasil, César conhece Martin em um café vazio de Tallinn, Estônia. Em frente aos dois homens, apenas o incerto infinito do mar.

Espero Que Esta Te Encontre e Que Estejas Bem, de Natara Ney, 2021, 83min, MS, PE e RJ (LIVRE)

Em janeiro de 2011 um lote com 110 cartas de amor foi encontrado em uma Feira de Antiguidades, todas escritas por uma moradora de Campo Grande/MS para o seu noivo no Rio de Janeiro. Durante 2 anos, 1952/53, ela relata sobre a paixão e a distância. A partir desta descoberta, uma investigação se inicia para localizarmos este casal apaixonado e descobrirmos o desfecho do romance. Uma história sobre amor, tempo e memória.

Eu, um outro, de Silvia Godinho, 2019, 85min, MG (12 anos)

Luca deixou sua cidade há 12 anos. Ao regressar, decidiu ir atrás de seu primeiro amor. Ele não esperava que esse reencontro fosse colidir com a maior decisão de sua vida. Thalles é segurança de banco. Ele odeia seu trabalho e planeja mudar de vida. Raul é estudante de filosofia e quer ser professor. Os três têm em comum a urgência de viver uma vida que acaba de começar.

GLAUBER, CLARO, de César Meneghetti, 2020, 80min, BR (SP) e IT (LIVRE)

GLAUBER, CLARO é um regresso quase meio século depois na Roma de Glauber Rocha, e do seu exílio italiano compondo um mosaico através da memória de seus amigos, testemunho de colaboradores e de pessoas que o amaram e fazendo uma revisitação contemporânea das locações romanas de seu penúltimo longa-metragem CLARO (1975). GLAUBER, CLARO investiga a experiência de Rocha e de toda uma geração de criativos na Itália dos anos 70, abordando temas em vários extratos que se sobrepõe: os bastidores de Claro e sua relevância histórica, o cinema underground, neorrealismo, cinema novo, os anos 70, a militância política, a utopia, pós-colonialismo, a revolução, traçando um inevitável paralelo entre a Itália do século XX e do mundo de hoje, entre a utopia dos anos setenta e a distopia atual.

Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar, 2019, 26min, RJ (12 anos)

Um olhar para a situação da população de transmasculinos nas prisões, a partir dos problemas gerados pelo desconhecimento, transfobia, preconceito e discriminação.

King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante, 2020, 90min, PE (18 anos)

Um velho matador de aluguel está escondido no interior da Bolívia, na região desértica do Salar de Uyuni. Acabou de cometer o seu último assassinato. Após meses isolado, ele viaja para o interior do Paraguay onde recebe uma boa recompensa e segue para Asunción com o objetivo de encontrar a sua única filha, a qual nunca conheceu. Esta viagem por dentro de si mesmo, seguido apenas por sua fiel companheira, a morte, acaba despertando instintos primários no velho matador, que explode em fúria e desespero pelas ruas da capital paraguaia em busca de afeto, como o King Kong aturdido em New York.

Mulher Oceano, de Djin Sganzerla e Vana Medeiros, 2020, 100min, BR(SP) e JP (14 anos) 

Ao se mudar para Tóquio, uma escritora brasileira se dedica a escrever seu novo romance, instigada por suas experiências no Japão e por uma das últimas cenas que presenciou no Rio de Janeiro: uma nadadora de travessia oceânica rasgando o horizonte com vigorosas braçadas em mar aberto. Essas duas mulheres aparentemente não compartilham nenhuma conexão, até que suas vidas começam a interferir uma na outra, estranhamente ligadas pelo mar. Hannah, a escritora, mergulha em uma jornada de auto descoberta no Japão, enquanto Ana, a nadadora no Rio, estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de Oceano interior.

Nuhu Yãg Mu Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero, 2021, 70min, MG (12 anos)

Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.

O que Pode um Corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, 2020, 15min, RS (LIVRE)

Um bebê nasce, mas não chora. Um corpo grita e não é ouvido. As tintas que escorrem em um futuro prometido, não chegam em uma pessoa com deficiência. Victor faz de si a própria tela em um universo de pintores ausentes.

Pega-se Facção, de Thais Braga, 2020, 13min, PE (LIVRE)

Em uma região onde a seca dura a maior parte do ano e a agricultura familiar não garante o sustento, mãe e filha veem como única saída a costura domiciliar terceirizada na zona rural de Caruaru-PE. Mas qual é o preço a ser pago? Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidade diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo.

Seremos ouvidas, de Larissa Nepomuceno

Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidade diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo.

Zabé do Cariri, de Beth Formaggini, 2020, 27min, RJ (LIVRE)

“Zabé da Loca”, mulher pifeira que venceu como artista num universo masculino de músicos recebe Carlos Malta no assentamento Santa Catarina, em Monteiro, Paraíba num forró com várias bandas da região. Zabé conta como aprendeu o instrumento que transformou a sua vida. Aos noventa anos e muito lúcida reencontra seu parceiro querido pela última vez.

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