Ana Vaz

Livre para todos os públicos

Ana Vaz

13 Ways Of Looking At a Blackbird
2020, 32min, Portugal
Livre para todos os públicos

Ana Vaz

13 Ways Of Looking At a Blackbird
2020, 32min, Portugal
Livre para todos os públicos
13 Ways Of Looking At a Blackbird
13 Ways Of Looking At a Blackbird

Tirando o título de um poema homônimo de Wallace Stevens, “13 Ways of Looking at a Blackbird” é composto por uma série de experiências em torno de olhar e ser olhado. A partir de um convite das Galerias Municipais de Lisboa para a participação de Ana Vaz no projeto educativo DESCOLA, o filme tornou-se num caleidoscópio das experiências, questões e deslumbramentos de dois alunos do ensino secundário, durante um ano de encontros regulares com a cineasta, questionando o que pode ser o cinema. Aqui, a câmara torna-se num instrumento de investigação, num lápis, numa canção. Numa constelação de frases e desenhos coletivos elaborados durante um dos workshops, um aluno escreveu “O filme é uma música que se pode ver” - uma descrição perfeita para este filme que explora uma ecologia nascente dos sentidos.

Empresa Produtora: Galerias Municipais de Lisboa — EGEAC
Co-produção: Stenar Projects (Lisboa, Portugal)
Direção: Ana Vaz
Imagem e diálogos: Ana Vaz, Vera Amaral, Mário Neto, Paula Nascimento
Som: Mário Neto, Nuno da Luz, Catarina Boieiro
Montagem: Ana Vaz
Leitura: Paula Nascimento
Colaboração com os alunos do ensino secundário: Vera Amaral e Mário Neto

Berlinale Forum Expanded 2021 (Alemanha)

BIOGRAFIA DE ARTISTA

BIOGRAFIA DE ARTISTA

Créditos: Foto de Michiel Devijver 

A filmografia crítica e especulativa de Ana Vaz (1986, Brasília) apoia-se em colagens experimentais de imagens e sons, por ela criados ou encontrados, refletindo sobre situações e contextos históricos e geograficamente marcados por narrativas de violência e repressão. O impacto do colonialismo e da ruína ecológica são o pano de fundo dos seus poemas cinematográficos imersivos. A sua prática também passa pela escrita, pedagogia crítica, instalações, programas de filmes ou eventos efémeros. Os seus filmes têm sido apresentados em festivais e instituições como Berlinale Forum Expanded, Tate Modern, Palais de Tokyo, Jeu de Paume, LUX Moving Images, New York Film Festival - Projections, IFFR, TIFF Wavelengths, BFI, Cinéma du Réel, CPH:DOX, Flaherty Seminar. Contam-se as exposições recentes: 36o Panorama da Arte Brasileira: "Sertão" no MAM Museu de Arte Moderna (São Paulo), "Meta-Arquivo 1964-1985": Espaço para ouvir e ler as histórias da ditadura militar no Brasil" no Sesc-Belenzinho (São Paulo), “Profundidad de Campo” no Matadero (Madrid), "Ecologies of Darkness" no Savvy Contemporary (Berlim), "The Voyage Out" no LUX Moving Images (Londres). Em 2015, recebeu o prémio Kazuko Trust Award concedido pela Lincoln Center Film Society em reconhecimento da excelência artística e inovação do seu trabalho cinematográfico. Em 2020, o seu filme Apiyemiyekî? teve estreias no IFFR e Berlinale Forum Expanded, e foi premiado em festivais internacionais entre os quais Punto de Vista (Espanha), 25FPS (Croácia), Black Canvas (México), Festival dei Popoli (Itália).

FILMOGRAFIA

Sacris Pulso - (2007, 15min)
Entre Temps - (2012, 12min)
Les Mains, Negatives - Ana Vaz e Julien Creuzet - (2012, 15min)
A Idade da Pedra - (2013, 30min)
Occidente - (2014, 15min)
A Film, Reclaimed - Ana Vaz e Tristan Bera - (2015, 19min)
Ha Terra! - (2016, 12min)
Amerika: Bahia de Las Flechas - (2016, 8min)
Olhe Bem As Montanhas - (2018, 30min)
Amazing Fantasy - (2018, 3min)
Atomic Garden - (2018, 8min)
Apiyemiyeki!? - (2019, 28min)
Pseudosphynx - (2020, 9min)

***

OUÇA O PODCAST DO CINE ESQUEMA NOVO COM A DIRETORA ANA VAZ

ENTREVISTA ANA VAZ SOBRE “13 WAYS OF LOOKING AT A BLACKBIRD”

 

ASSISTA AO CURTA “PSEUDOSPHYNX” (2020), de Ana Vaz - Instituto Moreira Salles  

 

ENTREVISTA ANA VAZ SOBRE A “OCCIDENTE” - Vdrome

 

MATÉRIA/PORTFÓLIO SOBRE ANA VAZ - Even Magazine 

 

ARTIGO “AR, FOGO, TERRA E ÁGUA - O CINEMA DE ANA VAZ” - A Cuarta Parede

 

EDITORIAL “CONFLUÊNCIAS EMERGÊNCIAIS: do experimental dos anos 1960-70 à memória viva dos contemporâneos” - SP-ARTE 365


SOBRE O FILME “APIYEMIYEKÎ?” (2019)
 

CRÉDITOS: Stills da obra “Apiyemiyekî?” (2019), de Ana Vaz.

Brasil / França / Holanda / Portugal
16mm transferido para 2K, som, cor & preto e branco, 27’33’’, 2019

SINOPSE

Apiyemiyekî? foi realizado no âmbito da exposição Meta-Arquivo 1964-1985: Espaço de Escuta e Leitura das Histórias da Ditadura Militar no Brasil (Sesc Belenzinho, São Paulo), que juntou uma série de obras inéditas dedicadas à construção de uma cosmologia crítica desse período. O filme é um retrato cinematográfico que parte do arquivo de Egydio Schwade, educador brasileiro e militante pelos direitos dos povos indígena – Casa da Cultura de Urubuí, localizado na sua casa em Presidente Figueiredo (Amazonas), onde atualmente são conservados mais de 3.000 desenhos feitos pelos Waimiri-Atroari, um povo nativo da Amazónia brasileira, durante a sua primeira  experiência de alfabetização. Com base na pedagogia crítica do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, os desenhos tornaram-se num dos primeiros métodos de troca e produção recíproca de conhecimento. Durante os exercícios de alfabetização, a questão levantada com maior frequência pelos Waimiri-Atroari foi: por que razão Kamña ("o civilizado") matou Kiña (Waimiri-Atraori)? Apiyemiyekî? 

(Porquê?).

Os desenhos compõem uma memória visual coletiva a partir da sua experiência de aprendizagem, perspectiva e território, ao passo que testemunham uma série de ataques violentos sofridos pelo povo Waimiri-Atroari durante a Ditadura Militar. Apiyemiyekî? anima e transpõe os desenhos para as paisagens e cenários que estes narram, procurando ecoar a sua pergunta recorrente e confiando que a memória é realmente um motor necessário para construir um futuro comum.