Victor Abreu

Não recomendado para menores de 12 Anos
Violência

Victor Abreu

Milton Freire, um grito além da história
2020, 20min, RJ
Não recomendado para menores de 12 Anos
Violência

Victor Abreu

Milton Freire, um grito além da história
2020, 20min, RJ
Não recomendado para menores de 12 Anos
Violência
Milton Freire, um grito além da história
Milton Freire, um grito além da história
Primeiro usuário do sistema de saúde mental do Brasil a assumir o seu transtorno publicamente para lutar por direitos, o poeta e escritor Milton Freire relembra duas visões que o guiaram em sua reconstrução subjetiva, vividas em um período de crises e internações em hospitais psiquiátricos.

* O filme conta com Legendas ENG 

Empresa Produtora: Neblina Filmes
Direção: Victor Abreu
Produção: Victor Abreu e Eduardo Mourão Vasconcelos 
Produção Executiva: Maria Paula Pamplona Carvalho
Direção de Fotografia: Pedro Loes
Som: Renato Wertheimer
Montagem: Victor Abreu
Personagens Reais Principais (que interpretem elus mesmes): Milton Freire
Roteiro: Victor Abreu
Técnico de Som: Cézar Pezzi
Assistente de Câmera: Renato Carlos
Assistente de Direção: Rafael Bacelar
Colorista: Felipe Ino

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

BIOGRAFIA DE ARTISTA

BIOGRAFIA DE ARTISTA

Nascido em São Bernardo do Campo, Victor Abreu é formato em Rádio e Televisão na Universidade Metodista de São Paulo, com mestrado em direção Cinematográfica pela Bande à Part - Escuela de Cine de Barcelona. É diretor, roteirista e montador, atua no mercado audiovisual há 14 anos. Estreou no cinema independente com o curta-metragem “Logout” (2018), filmado em Barcelona, e que foi selecionado no Festival de la Imatge de Calella (Espanha) e Manuel Trujillo Durán (Venezuela). “Milton Freire, um grito além da história”, o seu segundo curta-metragem estreou em janeiro de 2021 na 24ª Mostra de Cinema de TIradentes. 

Foto: Pedro Loes

FILMOGRAFIA

Logout - (2018, 12min)

TRAILER
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Entrevista com Victor Abreu para o CEN

 

O curta-metragem “Milton Freire, um grito além da história” é parte de um profundo mergulho no universo desse poeta que lutou durante toda sua vida pelo direito dos usuários do sistema de saúde mental do Brasil. 

Nesses vinte minutos que compõem o filme, Milton relata duas visões que viveu nos períodos mais difíceis de sua trajetória de crises e internações. 

Enquanto percorre os corredores da casa de Milton e as ruínas de um manicômio, o espectador é provocado a construir junto do personagem as imagens e sons que submergiram de seu inconsciente. 

As ruínas do pavilhão 11 da Colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro, onde funcionou um manicômio nos moldes mais perversos que a psiquiatria brasileira já experimentou, são o palco onde Milton Freire faz ecoar pelas paredes a sua poesia improvisada. Já em sua casa, Milton relembra um encontro extraordinário que teve com sua mãe, morta quando ele nasceu. As texturas compostas pelas paredes, corredores e janelas dão forma ao que há de mais misterioso no seu relato e, nesse labirinto particular, onde já se perdeu e se encontrou diversas vezes, Milton reconstrói sua subjetividade.

O choque entre o desejo impossível de se filmar imagens do inconsciente e a inexorável objetividade da realidade foi o disparador de uma sucessão de escolhas que deram origem a esse retrato audiovisual.

Agora, como em um sonho que se torna real na sala de cinema (ou em outras telas em tempos de pandemia), o filme ganha vida própria, transbordando a história para outros universos e gerando novas imagens no interior de cada espectador, como um cinema que não se filma, mas se sente.

Imagem miragem - Colônia Juliano Moreira, por Victor Abreu

https://pin.it/2kivdsT

Imagens fotografadas na colônia Juliano Moreira, durante as filmagens do documentário "Milton Freire, um grito além da história". As fotografias exploram a possibilidade de novas formas e dimensões no olhar, revelando imagens surpreendentes. Essa série é um desmembramento da exposição Imagem Miragem. Por Eduardo Vasconcelos 

 

Fotos das filmagens na Colônia Juliano Moreira, por Eduardo Mourão Vasconcelos.

https://pin.it/2SRY6Gl

Processo de criação do cartaz do filme, design de Moisés Mendoza Baião

 

https://pin.it/3Jec1KE

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

Shoah, de Claude Lanzmann

Justificativa: O documentário Shoah (1985) foi um dos primeiros filmes que assisti quando  iniciei a pesquisa de "Milton Freire, um grito além da história". O longa do Francês Claude  Lanzmann tem mais de 10 horas de duração e é fundamental para entender o terror que se  passou na Europa sob o domínio dos nazistas. Este filme foi inspirador por sua abordagem  com os entrevistados e também pela forma. Me impressionou a expressividade das imagens e  como ele conseguiu se aprofundar nos detalhes do holocausto sem o uso de material de  arquivo. As imagens das ruínas dos campos de concentração são extremamente potentes e  propõem um diálogo simultâneo com os depoimentos dos personagens. 

***

Em nome da razão, de Helvécio Ratton

Justificativa: O documentário Em nome da Razão (1979), de Helvécio Ratton é uma  referência muito importante dentro da temática da luta antimanicomial. Um filme corajoso que  joga luz em um assunto que a sociedade não costuma querer olhar, ainda mais na época em  que foi filmado. Além da relevância temática, me impressionei com a sensibilidade do filme, a  câmera que circula pelos corredores do Hospital Colônia de Barbacena (MG) esteve presente  em minha cabeça enquanto eu filmava as ruínas da Colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro.  Foi fundamental assistir esse filme para entender o horror dos hospitais psiquiátricos. As  imagens de arquivo do curta são trechos desse filme e foram cedidas gentilmente pelo  Helvécio Ratton. 

***

Música La maza, de Silvio Rodrigues

Justificativa: A música La Maza de Sílvio Rodrigues foi a trilha sonora da montagem, eu  escutava essa música repetidas vezes. Cheguei a experimentá-la no final do filme, mas acabei  optando na última hora por retirá-la. A música inicia com um som que lembra uma cavalgada e  tem uma letra que se conecta diretamente com a mensagem do Milton Freire. Nessa época eu  também estava lendo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. Acredito que a  música do poeta cubano e o engenhoso cavaleiro, que no meu ponto de vista possui muitas  semelhanças com Milton, me ajudaram a entender melhor o espírito do trovador que Milton viu  naquele quarto escuro. 

OBRA CONVIDADA

OBRA CONVIDADA

Aqui, doido varrido não vai pra debaixo do tapete
Rodrigo Séllos e Rená Tardin (2010, 81min, RJ)
Não recomendado para menores de 12 anos.

Sinopse: Através das histórias de vida de pacientes, familiares e equipe médica, o documentário busca, de forma descontraída, o que se esconde atrás de estereótipos e preconceitos que cercam a doença mental.
JUSTIFICATIVA

Minha primeira conversa com o Milton foi num café em Botafogo, Rio de Janeiro. Eu não conhecia a luta antimanicomial, tampouco tinha vivido qualquer experiência próxima dos usuários do sistema de saúde mental. Aos poucos, meus medos e preconceitos foram sendo dissolvidos pelas palavras de Milton. Ali, eu tive minha primeira e talvez principal lição, das inúmeras que ainda teria no processo, sobre como a convivência pode vencer o estigma. Levei comigo esse aprendizado e queria que o filme surtisse um efeito no público parecido com o que aconteceu comigo naquele café. 

Antes da montagem, assisti o filme "Aqui doido varrido não vai pra debaixo do tapete" e me reconectei com esse aprendizado. Foi um estímulo para encarar o material bruto e dar forma a um filme que também dá voz ao usuário do sistema de saúde mental, colaborando na luta contra o estigma da loucura e os manicômios. 

É uma satisfação ver esses dois filmes juntos no 14º Cine Esquema Novo. Tenha uma ótima sessão!