Fernando SanTana

Não recomendado para menores de 14 Anos
Nudez

Fernando SanTana

Lyz Parayzo Artista do Fim do Mundo
2019, 15min, PR-RJ
Não recomendado para menores de 14 Anos
Nudez

Fernando SanTana

Lyz Parayzo Artista do Fim do Mundo
2019, 15min, PR-RJ
Não recomendado para menores de 14 Anos
Nudez
Lyz Parayzo Artista do Fim do Mundo
Lyz Parayzo Artista do Fim do Mundo
A obra independente acompanha o início da trajetória artística de Lyz Parayzo, artista visual que através de suas obras e performances, coloca em discussão qual o espaço da arte em um corpo não binário provindo da periferia. Lyz tem o corpo como principal suporte de trabalho e sua performatividade diária como plataforma de pesquisa revelando o descompasso entre o que se diz, o que se faz, o discurso e a prática. Pela falta de autorização, pela intromissão, pela inclusão não desejada, questionando a escola livre que não permite se libertar, a galeria de arte que não inclui o não vendável, o espaço institucional que assimila a transgressão desde que já incorporada pelo sistema.

* ​​​​​Legenda PT/BR

Direção: Fernando SanTana 
Produção: Fernando SanTana e Lyz Parayzo 
Produção Executiva: Fernando SanTana
Direção de Fotografia: Fernando SanTana
Som: Fernando SanTana
Montagem: Fernando SanTana 
Personagens Reais Principais (que interpretem elus mesmes): Lyz Parayzo 
Animação: Fernando SanTana e Lyz Parayzo
Roteiro: Fernando SanTana
Fotografia Still: Victor Arruda

13° Festival de Cinema Visões Periféricas CCBB RIO – Troféu Edina Fujii CIARIO, Melhor Filme de Curta-Metragem da Categoria Cinema da Gema 
II Festival Tela Universitária de Cinema - UFBA Salvador Bahia- Melhor Montagem                  15 Festival de Cinema Taguatingua FestTaguá
16º Festival de Cine LesbiGayTrans - Assunción (Paraguai)
2° Festival de Cinema Palmacine
2º Festival Recando do Cinema Audiovisual na Periferia
3° Festival de Cinema Assimetria
3° Festival de Cinema de Rua de Remígio – Mostra Pedra da Letra – Panorama Nacional com Menção Honrosa para Lyz Parayzo 
3° Festival de Cinema Metrô - Cinemateca Curitiba
3ª Mostra de Cinema Marginal Rio de Janeiro
3ª Mostra de Cinema Marginal Salvador Bahia
3º 3 Margens Festival Latino Americano de Cine 
4° Festival Ecrã de Experimentações Audiovisuais – Cinemateca do MAM
8° Festival de Cinema Curta Pinhais
9º Festival Nacional Universitário de Cinema Tainha Dourada – Melhor Direção de Arte
9º Festival Nacional Universitário Tainha Dourada
Fest Film Online
Festival Cine MIS SP 2019
Festival de Cinema Alter do Chão
Festival Internacional de Cinema da Praia
Festival Multicultural D'escambo
First-Time Filmmaker Session (Reino Unido)
II Festival Tela Universitária de Cinema – UFBA
Mostra Outro Rio – Mostra Online de Curtas do Rio de Janeiro
Museu da Imagem e do Som 

BIOGRAFIA DE ARTISTA

BIOGRAFIA DE ARTISTA

 

Foto: Jair de Assis

Fernando Santana iniciou seus trabalhos na periferia de Mogi das Cruzes, seguindo para São Paulo e capital carioca como artista e editor intermidiático, cineasta, videomaker e dj.  Hoje é bacharelando no curso de Letras, Artes e Mediação Cultural na Universidade Federal da Integração Latino americana - UNILA, onde atua em pesquisas relacionadas às artes, cultura, música e educação a partir de corpos dissidentes como o seu. Diretor e editor dos documentários “O Canto que te Envolve - As Lavadeiras” (2020) e “Lyz Parayzo Artistas do Fim do Mundo” (2019), ele retrata personas fidedignas da opressão à corpos periféricos que rebatem ao opressor com mais virulência e vigor

FILMOGRAFIA

Heterotopias - Entre Olhos E Olhares - (2020, 8min)
O Canto Que Te Envolve - As Lavadeiras - (2020, 20min)

Instagram Fernando Santana
Instagram Lyz Parayzo
7 PERGUNTAS PARA O DIRETOR DE "LYZ PARAYZO ARTISTA DO FIM DO MUNDO", FERNANDO SANTANA

 


TEASER

 

O documentário nasceu a partir de registros de vivências com a artista no mesmo ateliê/residência no bairro da Lapa, Rio de Janeiro. Com uma Handycam antiga eu pude registrar diversos momentos com Lyz e nossos amigues, passeios pela cidade maravilhosa e acompanhei diversas ações da artista. Inicialmente eu editei o conteúdo do registro que fiz de dois trabalhos de Lyz em um mesmo dia numa coletiva na Casa França Brasil. “Unha navalha #2” e a performance sobre a indumentária da polícia militar do Rio de janeiro “Bicha Presente”. O equipamento que eu utilizei é do final dos anos 90. Uma câmera digital de baixa resolução, porém compacta e com capacidade de aproximação em detalhes excelente. Com ela é possível de longe observar e registrar muitas coisas sem chamar a atenção.  

Eu compartilhei o registro nas redes sociais, a Casa França solicitou o vídeo, que passou a ser projetado ao lado das obras da artista enquanto o período da exposição. 

Num cotidiano onde cada vez mais todo mundo busca por nitidez e resolução nas câmeras e celulares para captar imagens perfeitas, eu resolvi partir de modo contrário. Valorizei as minhas possibilidades disponíveis e principalmente a potência e necessidade desta narrativa ser registrada. Passei a customizar e a tratar das imagens que captei em baixa resolução e as eternizei em legítimas fitas vhs de filmes antigos e eventos importantes registrados comumente por uma família. 

Falando sobre família, eu venho de uma onde me recordo de meu pai já falecido afirmando que uma fotografia não é de valor, não serve para se alimentar, que é cara e apenas para pessoas com muito dinheiro. Durante a residência no Rio de Janeiro, passando por outros lugares até chegar na universidade, de forma voluntária eu busquei formação e participei de inúmeras oficinas sobre audiovisual que me instruíram de certa forma a melhorar a edição do filme. Durante a temporada da Lyz em São Paulo resolvi dublar o filme devido a qualidade escassa da captação de áudio original. E por fim, traduzir seu conteúdo e legenda-lo, a fim de que a obra contemplasse não apenas o território brasileiro, mas se posicionasse como um filme sobre uma artista latino-americana produzido por um artista latino-americano, retratando um recorte temporal da história muito delicado. E que esse material também fosse inclusivo a pessoas com necessidades especiais em todos os idiomas.

Ainda no Rio de Janeiro, diante de tamanha sensibilidade e identificação com todo o repertório que vinha de encontro às minhas questões de pesquisa, resolvi gravar uma entrevista no quintal de casa com a Lyz. Nesse momento ela já era convidada para trabalhos de arte, já não mais utilizava de mecanismos de invasão para “estar sendo” naquele espaço. De forma íntima e despretensiosa nos escutamos e debatemos sobre tudo o que estava se passando com nossas vidas, sobre os rumos e processos do seu trabalho. No momento da entrevista percebemos detalhes de como era importante todo o conteúdo de que havíamos produzido. Debater sobre as suas esculturas e fundamentos das suas performances fazia com que seus intuitos e significados me fossem enfatizados ainda mais, diante de como trabalhos iguais ao da Lyz são de suma importância na contemporaneidade da nação onde mais se mata LGBTQIA+ no planeta.

Diria talvez que infelizmente filmes como este tiveram e ainda precisam ser produzidos neste momento da história latino-americana. Vivemos num país de memória curta e que não valoriza o seu povo. Diretamente o filme retrata contextos relacionados a processos coloniais. Tenho conhecido inúmeros e inúmeras “Lyzes” por aí afora.

Pessoalmente acredito na importância deste filme como um recorte da minha vida pessoal, onde pude experimentar e vivenciar a liberdade que, um corpo falho perante a sociedade patriarcal consegue através dos mecanismos de acesso à educação mudar a sua perspectiva de existência.

 

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Registro da Performance “Bixa Presente”, de Lyz Parayso
realizada em 2017 na Casa França Brasil no Rio de Janeiro

Imagens e edição: Fernando SanTana

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Registro da Instalação "Manicure Política - Salão Parayzo",
de Lyz Parayso realizada em 2017 na Escola de Artes Visuais Parque Henrique Lage no Rio de Janeiro

Imagens e edição: Fernando SanTana

 

CRÍTICA - Robertha Mathias - Apostila de Cinema

CRÍTICA - Francisco Carbone - Cenas de Cinema 

MATÉRIA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana 

ARTIGO - Plateau 2020: Afro Cinema and Protest in the Year of the Pandemic
Por P. J. Marcellino

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WEBCLIPES DO GRUPO DE RAP “AS LAVADEIRAS”

Edição Fernando Santana

O grupo de Mogi das Cruzes (SP) As Lavadeiras é formando pela Karen Dias, Sarah Key e Dj Nandes Castro, é um grupo de rap feminino que tem como proposta dialogar o rap com a cultura popular de raiz, abordando temas diversos.

Abatedouro

Acuso o Sexual Infantil

Ponto de Rameira

Mãe Brasa

Sarar

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DOCUMENTÁRIO O CANTO QUE TE ENVOLVE - AS LAVADEIRAS

Direção e Montagem: Fernando Santana

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SoundCloud com Mix tapes e Remixes criados por Fernando Santana para coletivos festivos
 

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PRIMEIROS VÍDEO ARTES  

Imagens e edição: Fernando Santana

Desvirada Cultural 2016 / Mogi das Cruzes 

Cabelo de Maria - Festival de Artes para a Infância no Casarão da Mariquinha 

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

Vidas Cinzas (2017) de Leonardo Martinelli 

 

Justificativa: Um falso e breve documentário sobre uma crise de corte das cores na capital carioca. Uma produção de um artista que tenho a honra de ser contemporâneo a ele, que discute e aborda temas relevantes e de meu interesse em seus filmes.

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Bethânia Bem de Perto (1966) de Júlio Bressane e Eduardo Escorel

Justificativa: O documentário registrado em tecnologia analógica trata da chegada da ainda desconhecida cantora Maria Betânia ao Rio de Janeiro. Nos apresentando um panorama da cidade carioca na década de 60. A edição simples e com poucos recursos me inspirou no momento de montar a obra selecionada.

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Heterotopias - Entre Olhos e Olhares, de Fernando SanTana e João Eduardo Peçanda de Freitas (2011, 46min, RJ)
Sinopse:
Um mergulho na identidade sexual e suas implicações a partir das expectativas externas de como cada indivíduo deve cumprir seu papel em uma sociedade guiada pela heteronormatividade compulsória.

Justificativa: Conheci Joâo Eduardo numa oficina de audiovisual com diversas pessoas de estados brasileiros e cidades de Portugal. Nossos interesses sobre o que expressar através de uma tela se encontraram e tivemos a oportunidade de produzir este filme. Composto por imagens de conteúdo altamente tóxico, transfóbico e misógino e que se encontram espalhados internet a fora. Traz reflexão de crenças e valores deturpados que descrevem características da sociedade não apenas latino-americana, mas especificamente a brasileira, devido aos acontecimentos políticos da última década. O filme permeia pela mesma atmosfera que Lyz Parayzo. Não é um documentário, não trata da vida de um corpo dissidente em si. Mas de todo um enredo preconceituoso antigo, que possui raízes colonialistas e hoje em dia é disseminado também pela internet. Conteúdo com teorias sem embasamento, por autoridades relacionadas a diversas igrejas cristãs. Simplesmente disseminando ódio, aversão e preconceitos contra a comunidade lgbtqia+

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Tertuliana Lustosa – A Travestis 

Justificativa: Tertuliana Lustosa, vendia brigadeiro na praia em Salvador Bahia. Foi para o Rio de Janeiro cursar História da Arte e atuar como dj. Sua obra me inspira como um corpo dissidente atuando de forma política em espaços artísticos e acadêmicos.

 

OBRA CONVIDADA

OBRA CONVIDADA

Vir-a-Ser
De Bianca Rêgo (2018, 25min, SP)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA - Não recomendado para menores de 16 anos. Nudez. Violência. Conteúdo Impactante.

Sinopse: Um filme-ensaio que acompanha os quatro anos de graduação de uma personagem anônima através das entradas em seu diário - a narrativa discursa acerca de construção de identidade, tempos modernos e feminilidade. “Vir-a-Ser” mistura os domínios do documentário, da ficção e do experimental para exprimir os pensamentos e experiências do vir-a-ser mulher, retratando o processo entre a adolescência e a idade adulta.
JUSTIFICATIVA

Vir a Ser” é um filme que me arrancou lágrimas, me emocionou e influenciou demasiadamente na produção do meu último curta metragem. Ele dialoga com muitas das sensibilidades que percorrem assuntos de meu interesse sobre o que pesquiso.

Eu o assisti antes de conhecer sua autora. Bianca Rego é artista independente como eu, também é mogicruzense, minha conterrânea. 

Ele conta com a participação de artistes da região de onde nasci, os quais eu admiro e vale muito mencionar, como Lethicia Galo e Milena Pimentel que participaram com imagens e equipe técnica. E a performance de Corpus Vulcânico / Narany Mireya.

O curta é editado com tamanha esmera. Quase como uma roupa sendo costurada sob medida as emoções através da tela. 

Meu encontro com a artista se deu na pandemia, virtualmente, contato sem tato.

Todavia nossas emoções se encontraram na admiração mutua entre nossos trabalhos e na potência de um propósito que eles representam num corpo social maior do que podemos imaginar.