Seminário Pensar a Imagem - Política e fabulação

Como podemos pensar as estratégias afrofabulares que os filmes da produção contemporânea do cinema negro movimentam? Essas estratégias críticas de fabulação neste cinema conseguem superar as ideias de representação e da representatividade nas imagens e sons? Esteticamente, o que marca esse processo afrofabular? Essas questões serão pensadas olhando para alguns curta-metragens do cinema negro contemporâneo e em diálogo com os conceitos de afrofabulação (Tavia Nyong´o) e fabulação crítica (Saidiya Hartman). A mesa também se dedicará a discutir a ideia de reparação, uma palavra que evoca o gesto de restaurar, restituir um prejuízo ou reconhecer o dano (que nos foi) causado. Leituras reparativas evocam a potência de olhar para imagens, sons e palavras mergulhados neste movimento de ação; assim como nos coloca a possibilidade de um olhar amoroso, que cura e repara. Se a esperança é, para Eve Sedgwick, uma forma de organizar nossos fragmentos e traumas. E para bell hooks, "nossa recuperação está no ato e na arte de amar", a conversa buscará articular reparação, cura e a potência de amar nas/pelas imagens do cinema, sob o prisma da espectatorialidade, em certos filmes brasileiros contemporâneos (2009-2020). 

CONVIDADOS

Kênia Freitas é crítica de cinema, curadora, professora e pesquisadora do Afrofuturismo e do cinema negro. Realiza pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e é doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou como curadora das mostras Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica (Caixa Belas Artes/SP), A Magia da Mulher Negra (Sesc Belenzinho/SP, 2017) e Diretoras Negras no Cinema Brasileiro (Caixa Cultural Brasília e RJ, 2017, Sesc Minas, 2018). É integrante do Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Vinicios Ribeiro é professor adjunto da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro(EBA/UFRJ). Líder do grupo de pesquisa "Formas de Habitar o Presente (CNPQ). É doutor em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), na linha de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Estéticas, e Mestre em Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Tem trabalhado, em suas pesquisas, com corpo, gênero, sexualidade e suas relações com as artes visuais, cinema, fotografia e cultura visual contemporânea. 

Fotos: Stefs Masotti /
Divulgação

CURADORIA E PRODUÇÃO

Gabriela Almeida é professora titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (PPGCOM). Integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), na gestão 2019-2021, e coordena do Grupo de Pesquisa Estéticas, Políticas do corpo e Gêneros na Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Integra também a Latin American Studies Association (LASA) e rede de pesquisadores e artistas Radical Film Network (RFN). É doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com estágio na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). É autora do livro O ensaio fílmico ou o cinema à deriva (Ed. Alameda, 2018) e co-organizadora da coletânea Comunicação, estética e política: epistemologias, problemas e pesquisas (Ed. Appris, 2020).

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