"Foi um processo bem complexo escolher os vencedores desta edição, porque a mostra competitiva tinha obras muito boas. Por isso, seguimos os preceitos do próprio festival, pensado na complexidade dos filmes, na radicalidade da linguagem e na potência transformadora política que tinham".
Os jurados da edição 2018: Renata de Lélis, Leo Bomfim e Romy Pocztaruk
O rol de jurados da Mostra Competitiva Brasil do Cine Esquema Novo 2018 foi formado pelo jornalista especialista em cinema Leonardo Bomfim, pela mestre em poéticas visuais Romy Pocztaruk e pela atriz-bailarina, pesquisadora e professora Renata de Lélis. Em pelo menos um ponto os três concordaram: sobre a complexidade de avaliação desta edição, por conta da reunião de diferentes formatos de arte audiovisual dentro da competição - foram curtas-metragens, longas-metragens e instalações.
"Foi um processo bem complexo escolher os vencedores desta edição, porque a mostra competitiva tinha obras muito boas. Por isso, seguimos os preceitos do próprio festival, pensado na complexidade dos filmes, na radicalidade da linguagem e na potência transformadora política que tinham", conta Renata de Lélis.
Graças a esse cenário, partiu dos próprios jurados a iniciativa de conceder mais prêmios do que havia sido estabelecido anteriormente. Além dos cinco já tradicionais - o principal deles, aliás, com dois vencedores -, o festival distribuiu ainda três menções honrosas.
"Achei incrível a seleção de filmes do Cine Esquema Novo", revela Leonardo Bomfim. "O que vimos foi um recorte muito interessante da produção contemporânea brasileira, desde filmes muito radicais, passando por instalações e chegando em longas mais convencionais, entre aspas, claro".
Renata de Lélis ainda se disse feliz por ter se deparado com tantos filmes atuais, que abordavam temáticas importantes: "Foram muitos filmes potentes, falando de questões extremamente necessárias como gênero, política, lugar da mulher e diversidade. É muita temática forte e também ousada esteticamente. Não tinha uma sessão que a gente não saísse surpreso".
E por valorizar o cinema experimental, provocar no sentido estético e ainda por cima valorizar a voz de quem trata de questões políticas e sociais, a importância de um festival como o Cine Esquema Novo foi ressaltada nas conversas com os jurados.
"É muito importante para Porto Alegre e para o Brasil, e tenho certeza de que há uma nova geração que precisa muito do festival", conclui Romy Pocztaruk.
