Cine Esquema Novo Expandido 2013

Cine Esquema Novo Expandido

“A partir de 2014, o CEN passará a ser realizado de dois em dois anos, e  sua mostra competitiva estará aberta a diversos formatos audiovisuais, não somente filmes para a sala de cinema, alterando significativamente seu eixo de programação. Este movimento formaliza a hibridização de seu campo curatorial para outras formas de expressão resultantes da cruza entre imagem, som e ambiente de exibição.”

Concebido em 2001 e realizado pela primeira vez em 2003, o Cine Esquema Novo desenvolveu-se ao longo dos anos com o propósito de exibir, refletir e fomentar a produção audiovisual autoral brasileira, diante de uma necessidade de problematizar filmes dedicados a escolhas e propostas estéticas que, àquela altura, ainda não eram devidamente aceitas nos demais festivais do País por serem percebidas como peças externas ao “cinema estabelecido”. Tratavam-se de “filmes”, “não filmes”, “videos” ou “quase filmes” que movimentavam outros circuitos, do marginal ao conceitual, sem encaixarem-se à lógica de o que seriam filmes de um festival de cinema.

Os idealizadores do CEN acreditavam haver um descompasso entre a produção e a observação desta produção exploratória em múltiplas direções. Assim, este tipo de trabalho foi sendo exibido, refletido e fomentado ao longo das diversas edições do festival até moldar o caráter do  atual Cine Esquema Novo: um encontro constituído por obras que tendem a escapar da dicotomia entre “cinema” e “arte visual” – separação de corpos esta, formal e de discurso, determinada no século 20 como se tratassem-se de abordagens potencialmente distintas e distantes.

O que se vê desde o início das atividades do Cine Esquema Novo, justamente em coincidência com as novas aventuras da imagem no século 21, é um desenrolar vertiginoso de possibilidades e legitimidades para o uso do audiovisual enquanto recurso narrativo autoral. O desejo de ser capaz de refletir este caráter desafiador da produção brasileira contemporânea, mas posicionado enquanto um “festival de cinema”, fez do CEN um projeto sem a rigidez esperada deste tipo de projeto no que diz respeito às suas regras e limites. A diluição das divisões de gênero, registro e formato contaminou a forma de exibir, distinguir e pensar o festival, que a partir de 2014 passa a ser bienal, como pode ser visto aqui e aqui, e que tem no Cine Esquema Novo Expandido deste ano de 2013 um projeto especial de transição.

Entre mostras competitivas ou especiais, passaram pelo CEN trabalhos de nomes do cinema e das artes visuais como Ruy Guerra, Cao Guimarães, Kiko Goifman, Paulo Bruscky, Beto Brant, Lírio Ferreira, Sergio Borges, Andrea Tonacci, Rogério Sganzerla, Lúcia Koch, Cinthia Marcelle, Sara Ramo, Carlosmagno Rodrigues, Sofia Borges, Marcellvs L., Jonathas de Andrade, Ricardo Alves Jr., Luiz Roque, Guto Parente, Cristiano Lenhardt, Alessandra Sanguinetti, Gustavo Jahn e Sissa Dullius (Distruktur), Rivane Neuenschwander e Pablo Lobato, entre tantos outros. Bem como os participantes do projeto internacional CEN Zona Livre (György Pálfi, Steve McQueen, Jem Cohen, Harmony Korine, Koen Mortier, Alexis dos Santos, Cory McAbee, Amat Escalante, Shunji Iwai, Marianna Palka, Jan Balej, Young-Seok Noh, Jerzy Skolimowski, Olivier Smolders, Gregg Araki, Takashi Miike e Roichard Schenkman) e, em 2013, o britânico Willian Raban, que vem pela primeira vez ao Brasil em uma colaboração entre o Cine Esquema Novo Expandido, a Prefeitura de Porto Alegre a 9a. Bienal do Mercosul | Porto Alegre.

Cine Esquema Novo é: Alisson Avila, Gustavo Spolidoro, Jaqueline Beltrame, Morgana Rissinger e Ramiro Azevedo.

 

WILLIAM RABAN

um pioneiro no conceito e na prática de um cinema expandido e cuja carreira é dedicada à realização de filmes que extrapolam os formatos tradicionais, foi o nome central da ocupação do CEN-E no Centro Cultural Usina do Gasômetro, onde ministrou uma Master Class e realizou videoinstalações também inéditas no país. O artista voltou a representar a colaboração entre o CEN e a Bienal no final do ano, durante a 9a. Bienal do Mercosul | Porto Alegre quando seus filmes foram exibidos em sessões conjuntas com obras do acervo CEN que dialogam com o trabalho do artista inglês.

* Destaque para a exibição de “Thames Film”, em um barco no Rio Guaíba na abertura do CEN-E

SESSÕES RETROSPECTIVAS

Os cineastas/artistas brasileiros convidados tem trajetórias que se misturam com a história do Cine Esquema Novo, e que projetaram seus trabalhos ao longo dos anos para alcançar espaços como os festivais de cinema de Cannes, Locarno, Marselha e Berlim, bem como as Bienais de São Paulo, Lyon e Istambul. Eles tiveram sessões de cinema retrospectivas dedicadas exclusivamente aos seus trabalhos, encontros comentados com público e crítica sobre o cruzamento entre cinema e arte, além de videoinstalações inéditas: Carlosmagno Rodrigues (MG),Distruktur (Melissa Dullius & Gustavo Jahn) (RS – Alemanha), Guto Parente (CE), Ricardo Alves Jr. (MG) e Sérgio Borges (MG).

 

VIDEOINSTALAÇÕES

Galeria Ecarta - Videoinstalações artistas brasileiros convidados CEN-E

Galeria Lunara e Galeria Iberê Camargo – Usina do Gasômetro - Videoinstalações William Raban

ATIVIDADES FORMATIVAS: Masterclass de Wiliam Raban, “O filme como território comum às artes visuais e ao cinema: relações entre espaço e tempo – êxtase e movimento” com Maria Helena Bernardes

CINE ESQUEMA NOVO NA 9a. BIENAL DO MERCOSUL | PORTO ALEGRE

Island Race, de William Raban (UK); É Início da Primavera e Ainda Penso no Inverno, de Dellani Lima (BR/MG); Manifesto Makumbacyber, de Beto Brant (BR/SP)

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